9.9.20

o modo de ser disso que não são sentimentos

será que os sentimentos que começam realmente terminam?

olha, talvez sentimentos sejam modos de ser encerrados neles mesmos. 

o que efetivamente é não pode deixar de ser porque a partir do momento que existe, não pode desexistir. desse ponto de vista ontológico dos sentimentos, um sentimento na realidade nunca teve início, ele simplesmente se deu por existência no momento em que duas partes tornaram o ambiente ontológico propício para isso. o que se deu desde então foi o ritmo... os sentimentos têm ritmos.

acontece que, mesmo em desacordo, ou seja, mesmo que as partes que trouxeram à luz o modo de ser de um sentimento estejam separadas, o que foi trazido à luz não pode voltar. mesmo com suas aparentes pausas, como nas músicas, o sentimento perdura, sempre de forma melodiosa, como nas músicas. a única limitação do exemplo dado é que músicas acabam e que mesmo com a possibilidade de serem repetidas, nunca podem estender seu ser além do seu tempo de execução. o modo de ser dos sentimentos sim, ele está eternamente existindo, e por isso posso afirmar que os sentimentos são músicas infinitas. cheias de surpresas, também, porque o que se segue é uma sucessão de eventos sempre marcada pela expectativa de alguma das partes.

mas talvez estes, que chamo de sentimentos, não sejam realmente sentimentos, e esta é a razão pela qual não terminam. para ser mais direta: a ontologia do amor é a mesma da vida e ambos são constituídos de eternidade; logo, o modo de ser do amor é interminável nele mesmo e ainda que o amor não seja escolhido pelas partes que o revelaram, ele sempre haverá de existir... dentro de mim e dentro de você, como uma melodia sem fim

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