lá estava:
sereno e leve,
dócil e adoçado,
um molequinho moreno
de dente esbranquiçado.
além de estar, o moleque também se concentrava -
e de tão concentrado, não mexia nem a sobrancelha.
o menino de amendoim
era tão intelectual quanto uma abelha.
seu cabelo marrom tronco-de-árvore,
era formado de cachos sedosos e cheirava à recém-lavado.
já os óculos, eram arredondados e grandes demais
para um rosto fino de nariz arquitetado.
talvez ele só gostasse muito de ver as coisas.
não é verdade que o mundo parece mais intrigante quando seu pé é de amendoim?
esse molequinho deve amar até minhoca,
pois seu coração é feito de paçoca.
nesse açucarado moleque eu nunca toquei.
se dele ouvi um suspiro, foi bem bastante.
mas eu já o vi
ô, se o vi.
certo dia, ele estava preso num reflexo de vidro.
estava como sempre está: estando.
e eu, que nunca fiquei presa em reflexo nenhum,
pensei se não deveria ajudá-lo a sair.
decidi só ficar contemplando mesmo,
pois naquela contemplação eu poderia tê-lo.
ele seria meu no para sempre dos meus instantes.
nele vi uma fonte de verdadeira calma.
dele desejei o toque,
o som,
e o tempo.
o meu sentimento se tornou Subliminar.
o menino rapadura era mole como a maria
e azul como o bebê.
se eu pudesse pedir apenas uma coisa,
uma coisinha sequer que não faria mal a ninguém,
eu pediria para guardar aquele pedaço de vitro, ou até o vitro inteiro.
eu o levaria para ser a janela do meu quarto,
onde poderia se concentrar em coisas o dia todo;
coisas de dentro e coisas de fora.
e, de noite, quando fosse hora de dormir, ele ainda estaria concentrado.
e eu, que de tanto contemplar perderia o sono,
viveria na tentativa de compreender aquele eterno reflexo
com cheiro de amendoim torrado.
sereno e leve,
dócil e adoçado,
um molequinho moreno
de dente esbranquiçado.
além de estar, o moleque também se concentrava -
e de tão concentrado, não mexia nem a sobrancelha.
o menino de amendoim
era tão intelectual quanto uma abelha.
seu cabelo marrom tronco-de-árvore,
era formado de cachos sedosos e cheirava à recém-lavado.
já os óculos, eram arredondados e grandes demais
para um rosto fino de nariz arquitetado.
talvez ele só gostasse muito de ver as coisas.
não é verdade que o mundo parece mais intrigante quando seu pé é de amendoim?
esse molequinho deve amar até minhoca,
pois seu coração é feito de paçoca.
nesse açucarado moleque eu nunca toquei.
se dele ouvi um suspiro, foi bem bastante.
mas eu já o vi
ô, se o vi.
certo dia, ele estava preso num reflexo de vidro.
estava como sempre está: estando.
e eu, que nunca fiquei presa em reflexo nenhum,
pensei se não deveria ajudá-lo a sair.
decidi só ficar contemplando mesmo,
pois naquela contemplação eu poderia tê-lo.
ele seria meu no para sempre dos meus instantes.
nele vi uma fonte de verdadeira calma.
dele desejei o toque,
o som,
e o tempo.
o meu sentimento se tornou Subliminar.
o menino rapadura era mole como a maria
e azul como o bebê.
se eu pudesse pedir apenas uma coisa,
uma coisinha sequer que não faria mal a ninguém,
eu pediria para guardar aquele pedaço de vitro, ou até o vitro inteiro.
eu o levaria para ser a janela do meu quarto,
onde poderia se concentrar em coisas o dia todo;
coisas de dentro e coisas de fora.
e, de noite, quando fosse hora de dormir, ele ainda estaria concentrado.
e eu, que de tanto contemplar perderia o sono,
viveria na tentativa de compreender aquele eterno reflexo
com cheiro de amendoim torrado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário